sábado, 1 de abril de 2017

Por fora - calma e descaso.



Por dentro - infinitude de pensamentos.
Coração acelerado. Ansiedade - pelo que?

Você só vê meu rosto de tanto faz.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ser pai, e registrar uma criança não são a mesma coisa.

Ter um pai é muito relativo.
Ele nunca me ensinou um dever de casa, nunca estava acordado me esperando chegar de alguma balada pra me colocar de castigo, aniversários, formaturas, natais, mal conheceu meus namorados.
Me emociona ver pessoas que conhecem esse tipo de amor... que eu nunca conheci.
Nunca tive nele um exemplo do que eu queria ser um dia, tudo isso veio da minha mãe. Eu nunca pude ligar pra ele pra contar das minhas pequenas vitórias cotidianas.
Acho que na verdade ele nem sabe que eu já quebrei dois ossos no meu corpo e precisei de gesso, ou que eu me formei no colégio ou na faculdade, em duas até.
O que mais dói é saber que esses 26 anos de companhia perdida foram por opção, não foi porque o Papai do Céu o levou pra algum lugar, porque assim seria muito mais fácil entender e aceitar. Foi simplesmente porque ele nunca conseguiu se enxergar pai, se entender desse jeito; e eu tive que crescer com isso, mesmo não tendo pedido, não tendo optado.
Quantos dias prontas pra sair com ele, chorando na janela porque ele nunca apareceu. Esquecida na escola até tarde, porque ele prometeu que iria me buscar pra almoçar com ele.
Em quase nenhuma foto da minha vida tem ele. Nem na minha vida. Só na vontade de ter tido.
O que eu sempre almejei foi a idéia de um pai do jeito que eu via alguns amigos terem. Pessoas que realmente se importassem, pra que a minha mãe só precisasse ir a escola no Dia das Mães, e não no dos Pais também.
Quando criança isso me fazia muito mais falta. Eu aprendi a lidar com isso de uma maneira quase indolor - mas as vezes ainda dói. Criei a teoria de que quando eu não espero nada dele, não tenho como me decepcionar... Escudo mesmo. Cansei de esperar grandes momentos com uma pessoa que nem sabe o número do meu celular.
Agora é muito tarde... impossível apagar toda mágoa de 26 anos.
A referência que eu queria era de alguém que não tivesse o RG e CPF dele, alguém que realmente se importasse em estar nos meus momentos mais importantes.
Ele não foi no meu noivado. (mesmo convidado)
E nem vai no meu casamento. (nunca vai ser convidado)
E nem nunca vai conhecer meus futuros filhos, porque o que eu desejo pra eles é muito mais do que ele me deu um dia, e eu nunca vou permitir que ele deixe essas cicatrizes neles.

domingo, 7 de setembro de 2014

easy like a sunday morning...


Como a vida é capaz de mudar em um ano.
Coisas boas aconteceram, na maioria dos últimos 12 meses. Descobri tantos gostos, cheiros, jeitos, e como's. Tão bom poder desfrutar de tudo isso com alguém que você queira também desfrutar o resto da sua vida, acordar numa manhã de domingo só pra ter certeza que tudo o que você mais deseja no mundo está bem ali, dormindo ao seu lado. E que delícia pode ser ouvir aquela respiração...
Uma das coisas que eu fico mais feliz de ter aprendido é isso: apreciar manhãs de domingo.



domingo, 15 de dezembro de 2013

Linger

Tão pouco tempo faltando para o que deveria ser um grande momento, e o inicio e o fim se aproximam. E o que fazer com esse meio?
Sentimentos estão sempre em constante mudança, nunca sabemos para onde eles vão nos levar, assim como um barquinho de papel que repousamos sobre as águas de um riacho.
Meu quarto está bagunçado, e quando isso acontece, parece que bagunça a minha vida toda também. Não tem nada como eu queria!

A distância geográfica não dói tanto quanto estar do lado e não sentir a cumplicidade que existia, ter momentos em que parece um estranho. Um estranho que você conhece. Um estranho que era muito mais que um estranho na sua vida.
Quando é melhor abrir mão? Até aonde conseguimos consertar as coisas?
Evitar sofrimento ou potencializá-lo?

Ir pra frente ou continuar parada.
Quem dera se a vida fosse um punhado de roupas fora do lugar, que você guarda com apenas alguns minutos.




terça-feira, 2 de julho de 2013

09.11.11

Madrugada e eu aqui, como de costume, misturada nos meus textos que oras meus, se confundem com idéias por vir, e pensamentos recém lidos.
E tudo que eu consigo relembrar é aquele dia, pensar em um jeito diferente de contar, sem deixar que saibam.

Não sei como explicar um caco de mulher. Era bem isso que eu fui. Desacreditada, amarrotada, com alma de poeta falido, começando a acreditar em tudo que se lê sobre quando o amor acaba. Triste não é deixar alguém, é encarar a pessoa quando o amor acaba. Não tem coisa mais triste. 
Uma coisa é desistir, rasgar as fotos com raiva, brigar, xingar - tudo isso passa uma hora... Mas quando seus músculos não se mexem mais pra isso, sua boca tem preguiça de se explicar, é onde mora o perigo.
Como quem recolhe os cacos de uma taça de cristal outrora quebrada, eu me sentia fazendo o mesmo, com o coração. Eu sabia que restava naqueles estilhaços um pouco do vinho bebido - o amor compartilhado - mas minha cabeça já pensava com clareza suficiente para saber que um vinho só fica melhor com o tempo quando acondicionado perfeitamente, o que não era acontecia em nenhum dos dois casos.
Uma pizza garantindo uns quilinhos a mais, Coca-cola, chocolate (e logo eu que não como chocolate), e uma noite de domingo no estilo forever alone estava montada, se não fosse aquele telefonema que mudou tudo... E pra melhor!
Uma preguiça me bateu quando pensei que estava com os cabelos ainda sujos do dia na praia, um desânimo de me arrumar para o que seria mais uma tentativa frustrada de diversão. Como sair com uma pessoa que nunca se viu, nem se trocou um olá? Ainda mais naquele domingo, que eu já tinha reservado pra engordar, sofrer pela novela mexicana em que me encontrava, e ficar jogada no sofá da sala de calça larga e camisa de malha. Uma tragédia!
E eu sei que no breve momento de um piscar de olhos, resolvi lavar os cabelos. Peguei o shampoo novo que  havia comprado pra fazer experiência, já que o objetivo era mudar tudo na vida de ponta cabeça. Fui para o chuveiro contando no relógio os minutos que eu ainda tinha, antes que fossem me buscar. 15 minutos para o banho, uns 10 pra me arrumar... Ah não, saia roxa? Calça? Não vou fazer nenhuma maquiagem, ou melhor, vou sim, nunca se sabe.
Enquanto tentava secar pelo menos a franja do cabelo, toca o telefone e pronto, me diziam pra descer que alguém tinha ido me buscar. Olhei bem pra sala, que seria minha única companheira da noite, passei meu perfume, dei uma piscadinha e fui de encontro ao desconhecido.
Enquanto tentava me acertar no salto plataforma (que eu sempre tive dificuldade com equilíbrio), olhei, e lá estava ele. De camisa gola polo, debruçado em cima do carro, como quem faz pose de galã de Hollywood. 
E ele era um galã. Um perfume indescritível que se esvaia junto com toda a minha determinação e coragem a não querer ninguém mais. Todo o discurso que eu repetia pra mim mesma uns 40 minutos antes sobre como o amor nunca seria algo tangível, que palavras rebuscadas não fazem um bom romance, eu já não acreditava mais.
Comecei a contar meus passos, eu sabia que ia tropeçar, eu sempre tropeço, ainda mais nervosa assim. 1, 2, 3, vai, você consegue, um pé na frente do outro. E cheguei na frente dele, sem reação como se estivesse surpreso em me ver. Ai meu Deus, preciso de um inalador daqueles de hospital pra lembrar como respirar.
Me inclinei pra frente, dois beijos no rosto, um vislumbre de campos floridos em dias ensolarados perdidos naquele sorriso que eu recebia e dentro de mim uma voz repetia: isso vai dar MERDA!





segunda-feira, 24 de junho de 2013

Evil.

Uma coisa que eu nunca quis acreditar que realmente existisse é a maldade no coração das pessoas.
Tô sendo muito radical, maldade pura é o que eu quis dizer.
Seria muita hipocrisia minha não admitir que trago comigo também um pouco de maldade, malícia na vida; só que a maldade que me refiro é aquela que machuca. Incrível tentar entender a mente de um assassino, impossível aceitar a frieza de uma pessoa que agride um idoso em cadeira de rodas, inexplicável a naturalidade que eles encaram as coisas que fazem.

Pena de morte é uma questão que me divide, que penso e nunca chego a uma conclusão definitiva. Acho sim que muitos inocentes teriam o fim de suas vidas antecipado, mas, a satisfação de imaginar uma pessoa que estupra criancinhas sentindo o peso, e a gravidade do que ele fez me devolve o sono.

Prisão perpétua é uma realidade impraticável no Brasil. Acreditar que teríamos presídios com segurança máxima, e essas pessoas realmente estariam excluídas do mundo aqui fora enquanto estivessem lá é historinha pra boi dormir... Nesse país que estamos cansados de ver bandidos tendo modormia na cadeia, que enquanto presos tem todos os privilégios - principalmente a segurança - que por muitas vezes não conseguiriam aqui fora. E além de tudo, continuam comandando o tráfico, ou que quer que seja sua atividade ilegal. É uma espécie de escritório com policiais trabalhando como seguranças particulares.

Muita vergonha e indignação com o coração - ou a ausência dele - dessas pessoas ruins.

domingo, 23 de junho de 2013

Life as I know.

Parada. Estacionada. 
Acordar e dormir com a sensação que esse dia, como essa semana, é uma mera repetição do dia, e semana que já passou. Incapacidade. Fragilidade.
Querer falar, e ter a certeza que ninguém consegue compreender. 

Loneliness. Em inglês pela falta da tradução ao pé da letra. 
Uma multidão, pessoas que se importam, enquanto você só consegue ver os carros passando, e a única diferença é a trilha sonora tocando na sua cabeça.

Escolha de músicas. Umas playlist inteira imaginada, que o "PLAY" é apertado automaticamente no momento em que o coração vai transbordar. Tão cheio, tão cheio...

Parada. Estacionada. Incapacidade. Fragilidade. Loneliness. Escolha de músicas.

E uma vida inteira desse ciclo pela frente.
Vontade de mergulhar em água gelada, daquelas que tiram o fôlego, e te jogam no mundo real de novo.